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A Imprensa Cabo-Verdiana: 1820 – 1975

O livro «A Imprensa Cabo-Verdiana: 1820 – 1975», de João Nobre de Oliveira, foi publicado, em 1998, em Macau. O autor, natural de Cabo Verde, trabalhou, em Macau, nos Serviços de Educação e faleceu em Macau, em 2018. Com edição da Fundação Macau e da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, a capa e a direcção gráfica foram de Rui de Carvalho, que frequentou o Curso de Direito da então Universidade da Ásia Oriental, posteriormente Faculdade de Direito da Universidade de Macau. O prefácio do livro é de António Mascarenhas Monteiro, então Presidente da República de Cabo Verde. No prefácio é referido, por exemplo, «Extravasando o âmbito da imprensa cabo-verdiana, a obra é um contributo valioso para o conhecimento da evolução da sociedade cabo-verdiana. Ela tem o mérito de revelar factos importantes da nossa história, até então ignorados». Obra monumental, tem 854 páginas excluindo os índices, foi publicada por ocasião da visita oficial a Cabo Verde do então Governador de Macau, general Rocha Vieira.

Esta obra, revista e ampliada pelo autor, foi reeditada, em Abril do corrente ano, pela Ilhéu Editora do escritor Germano Almeida, com o patrocínio da Presidência da República de Cabo Verde. O escritor cabo-verdiano Germano Almeida venceu a edição de 2018 do Prémio Camões. «Prémio instituído em 1988, em Portugal e no Brasil, com o objetivo de premiar um escritor cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum» – a portuguesa. O prémio pretende «estreitar e desenvolver os laços culturais entre toda a comunidade lusófona, pelo que a este evento se associam os outros Estados de língua oficial portuguesa», segundo um comunicado do Ministério da Cultura português.

Entrevistado pela televisão de Cabo Verde, na altura do lançamento da reedição do livro no Palácio da Presidência da República, na Cidade Praia, Germano Almeida referiu, por exemplo: «Quando o livro surgiu aqui em Cabo Verde, mais ou menos, talvez à volta do ano 2000, na altura em que houve a mudança de Macau para a China, o livro apareceu, eu conheci o livro e achei que o livro era extremamente importante para nós. Digamos, o resumo da imprensa cabo-verdiana dava a conhecer a nossa história praticamente».

O livro foi apresentado no Centro Cultural Cabo Verde, em Lisboa, no dia 7 de Abril do corrente ano. Segundo o investigador Augusto Nascimento, citado pela inforpress.cv, «Não há hipótese nenhuma de passar ao lado da história contemporânea de Cabo Verde se não se consultar esta obra».

As relações entre Macau e os países de língua portuguesa desenvolveram-se com a criação, pelo Governo da República Popular da China, em 2003, do Fórum Macau, de modo a promover as relações económicas e comerciais entre a China e nove países de língua portuguesa, bem como o papel de Macau como local de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa. Naturalmente, o intercâmbio cultural entre a China e os países de língua portuguesa é um dos objectivos do Fórum que tem realizado diversas actividades nesse domínio, por exemplo a Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, que conta com quinze edições, com, por exemplo, concertos de música, dança e culinária lusófona.

Por outro lado, a cooperação entre Macau e os países de língua portuguesa tem-se estendido à área da formação de quadros. Desde 1990 que alunos de países de língua portuguesa têm estudado na Faculdade de Direito da Universidade de Macau.

2 de Agosto de 2024

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